Por UMA FILOSOFIA DO FUTURO
Há duzentos anos surgia a locomotiva a vapor e também o motor à combustão. Há cerca de cem anos, a energia elétrica. A engenharia de materiais é uma ciência nova.
A velocidade que estes inventos imprimiram ao mundo, ao consumo de recursos fósseis, não está bem documentada. Mas é certo que, neste ritmo, não poderá se prolongar por muito tempo.
A
questão da filosofia do futuro, então, deve ser: até quando poderemos
praticar nosso estilo de vida?
Se os apóstolos de Cristo, há dois mil anos, tinham visões sobre o fim do mundo, esta realidade parece mais atual que nunca, na minha opinião, não tanto pela ameaça da hecatombe nuclear mas muito mais pela destruição do meio essencial à vida. Suponho que a hecatombe nuclear não ocorrerá pois os dirigentes do mundo têm uma tendência narcísica-dominadora, não depressivo-suicida. E todos sabem que a primeira botoeria pressionada implicará na última. Não há dúvida sobre isso.
A engenharia de materiais abre a perspectiva animadora de uma nova era na civilzação. Quando inventaram o ferro, o bronze, não havia ainda uma comunidade global empenhada em pensar novas eras. Agora, há esse esforço. O hidrogênio verde, apontado como panacéia, pode não chegar aos pés de novas descobertas vindouras. Até porque usar água para se mexer não parece grande coisa. Se é para levar isso a efeito, voltemos aos cavalos. Parece mais plausível.
Os cem anos da eletricidade mudaram completamente a configuração global . É uma invenção análoga à descoberta do fogo, soterrada nos milênios passados e que permite ao homem aquecer alimentos, afugentar inimigos, habitar locais frios, se locomover à noite, entre outras façanhas. Quer dizer que podemos, numa perspectiva otimista, estar na pré-história de uma nova era, em que um novo material nos levará às férias em Miami e moverá o ônibus-nosso-de-cada-dia ao local de trabalho. A energia eólica e solar já representam avanços consideráveis. O problema é que o paradigma da queima interna colocou a humanidade toda a correr atrás do rabo. O processo parece irreversível. Mesmo com falta de água, pensa-se em trocar água por locomoção. Isso porque as civilizações-mãe do mundo atual não eram nômades. Se Roma e Egito fossem como os ciganos, o mundo já teria acabado, provavelmente. O modelo da queima interna não nos permite pensar em planejar grande linhas de metrô movidas a energia potencial das hidrelétricas. É preciso vender carros. Michael Moore mostrou como, sem uma montadora, muitas cidades se tornam cidades-fantasma.
Sendo menos otimistas, podemos pensar que a o auge da era elétrica-combustiva já foi atingido. E nesse sentido, não haverá tempo hábil para inventar o novo petróleo sustentável. Então, não restaria dúvida que o prazo para a virada de costumes já estaris ultrapassado. Os pobres, que dizem respeito a mais da metade da população, não têm grande papel no consumo, embora sejam importantes na perspectiva das más práticas ambientais. O chiqueiro de seu Hermanoteu, à beira do manancial, pode representar mais risco ao futuro que as 20 embalagens de hambúrgueres anuais da garota de classe média. Esse tipo de cálculo vem se furtando aos doutos homens que regem nosso futuro. De qualquer modo, é bem estabelecido o fato de que é o american way of life é que oferece risco ao futuro da humanidade. O parisiense bebedor de vinho e ciclista talvez entre na conta pelas usinas nucleares, lado a lado com o italiano, que sobrevive graças a combustíves fósseis apenas. Voltando à pergunta da filosofia do futuro: até quando poderemos cruzar os braços, a questão se volta aos países emergentes: China e índia, principalmente, com 1/3 da população mundial. Querer que DELHI se torne Nova Iorque pode ser o futuro inexorável. E o decreto do fim do mundo, nos moldes energéticos atuais. Pequim movida como Texas e teremos uma sobrevida menor que se o modelo inspirador fosse a agrÍcola e artesanal Vietnã.
Então a questão se desdobra em duas: quem porá fim à megalomania do american way of life, oferecendo chance de seguridade social aos habitantes dessas regiões de vanguarda do desastre, e por outro lado, para onde deverá se dirigir a grande massa altamente produtiva e numerosa do mundo emergente. Eu não vejo problema num hambúrguer embrulhado em folha de bananeira, um copo de bambu. Trabalhar à distância não me parece mal. E tenho certeza que muita gente também está comigo.
Talvez não tenhamos ainda uma filosofia do futuro. Mas queremos um futuro para a filosofia.
O texto “Por uma Filosofia do Futuro” reflete sobre os impactos do progresso tecnológico no meio ambiente e questiona a sustentabilidade do estilo de vida atual. Ele destaca como a evolução, desde a locomotiva a vapor até a eletricidade, trouxe avanços, mas também aumentou o consumo de recursos naturais. Critica o modelo consumista do american way of life e alerta para o risco de países emergentes seguirem esse caminho insustentável. Por fim, o autor propõe a necessidade de repensar hábitos globais e construir uma filosofia que priorize o equilíbrio entre progresso e preservação ambiental.
ResponderExcluirO mundo por incrivel que pareça se desenvolvee devagar no inicio porem apos as primeiras invençoes foi ficando mais rapido e mais ambicioso saber oque mais iria se criar e com isso vem os males por essa ambição todos os recursos que pudessem fazer chegarmos na proxima invençao mais rapido eram e sao muito utilizados pelo exemplo dado pelo professor o petroleo muito foi utilizado para que cpisas novas fossem inventadas e para possamos evoluir como no caso das maquinas a vapor.
ResponderExcluirNo mundo muitas vezes valoriza apenas o imediato, a filosofia nos convida a questionar, refletir e descobrir o que realmente importa.
Esse texto me fez pensar bastante sobre como nossas escolhas de hoje, especialmente no modo de consumir e viver, podem afetar o futuro do planeta. Apesar das grandes invenções do passado – como a locomotiva a vapor e a eletricidade – terem impulsionado a humanidade, o modelo atual, que depende muito dos combustíveis fósseis, pode não ser sustentável por muito tempo.
ResponderExcluirPara mim, a "filosofia do futuro" é um convite para repensarmos nossos valores e o que realmente significa progresso. Será que vale a pena continuar no mesmo caminho que já nos trouxe problemas ambientais e desigualdades? Talvez seja o momento de buscar alternativas, como usar energias renováveis, trabalhar de forma mais consciente e até simplificar nosso estilo de vida. Afinal, se grandes mudanças já aconteceram no passado, por que não podemos imaginar um novo modelo de sociedade – onde o respeito pela natureza e a justiça social sejam prioridades?
Como jovem de 16 anos, acredito que temos o poder de transformar o mundo com novas ideias e atitudes. Essa reflexão me inspira a sonhar com um futuro onde possamos, juntos, criar uma vida mais equilibrada e sustentável. Vamos repensar nosso estilo de vida e contribuir para um amanhã melhor!