Deus é o nosso refúgio e a nossa força; é a nossa ajuda nos momentos de angústia. Por isso, não temos medo, mesmo que a terra se ponha a tremer, mesmo que as montanhas se afundem no mar; mesmo que as águas rujam furiosas e os montes tremam com o seu embate. (Salmo 45)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

O homem do isopor e a OPEP

 

O homem do isopor e a OPEP

 

Em qualquer festa grande, show ou uma simples tarde de férias na praia, o homem que vende cerveja é capaz de precificar seu produto bem antes que ele acabe. Casa cheia? Lata a dez contos! Muitos vendedores? Baixa para oito. O homem do isopor é mais capaz de administrar seu estoque de bebidas do que o mundo civilizado de gerir suas reservas de petróleo.

Em substância, trata-se de algo muito semelhante. Líquido, finito. A OPEP não deveria perder nada com a revolução energética. Urge que precifique, de olhos no futuro, seu produto. As placas solares, as fibras plásticas, tudo isso será utilizado na nova fase global. De modo que, para que se mantenha o equilíbrio financeiro, principalmente dos países árabes, estes homens respeitáveis nos costumes, apesar de atrasados aos olhos do ocidente, devem prever o futuro. Não só na substituição de sua maior fonte de renda como também Na finitude das reservas.

PoderIa-se argumentar que o fim está muito distante. Não há dados precisos sobre as reservas. Mas é fato que consumindo 1 bilhão de litros por dia, o mundo inteiro mergulha na lógica da mão invisível, que pode reservar um imenso dedo em riste para tocar fundo nossos corações no futuro.

Então, para que se mantenha o mínimo equilíbrio geopolítico, a OPEP deve precificar o petróleo tendo em vista o futuro distante.  O Brasil já é pródigo em taxar petróleo. E mesmo assim, em São Paulo, o trânsito em alguns lugares é insuportável. Os EUA são famosos por seus carros baratos e gasolina acessível. E também por suas inúmeras guerras por óleo. Será que estão já um pouco avançados na previsão dos cenários?

O homem do isopor, que mais parece um foragido das faculdades de economia, ou então um engenheiro-sênior, sabe que nada adianta vender muito agora e não conseguir bancar a semana. É verdade que o gelo se esgota. E taí mais uma razão para desacelerar a queima de combustíveis.

 

Lucas Furió é geógrafo, filosófo e arteterapeuta. Medita no chuveiro e se espanta com os alísios.      

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