Fórmula 1: entre o passadismo e a Guerra Fria
Competir parece um fazer humano contra o qual não há chance de superação. Mesmo na União Soviética, a maior e mais potente defensora da igualdade, havia premiações técnico-cietntíficas e sua participação nas Olimpíadas sempre foi motivo de orgulho.
Desde a Eneida há o registro da palavra “biga”, igualzinha no latim e no português. Daí para as competições, é um salto pequeno diante de um ser humano que sempre se empenhou em competir.
Das bigas romanas e das corridas nos muitos espetáculos, foi-nos legada a corrida de automóveis, que nos últimos cem anos, devido ao otimismo com as máquinas, mudou de uma banheira com rodas para uma verdadeira nave que ultrapassa os 300 quilômetros por hora, ainda que sem mudanças substanciais no mecanismo - acerca de seu funcionamento: combustão, quatro rodas, volante.
No entanto, o mundo vivenciou uma mudança de perspectiva importante, nos anos 90, sem que isso surtisse o menor efeito no mundo competitivo ou televisivo. Talvez não precisemos gastar tanto combustível, talvez não precisemos ter tanta pressa de chegar, e certamente outros meios de transporte suprem bem o mundo da rapidez necessária na urgência.
O fato é que, ainda como crianças, buscamos velocidade. É preciso competição que estimule outros combustíveis, outras fonte energéticas, materiais mais leves e menos poluentes para as carrocerias, pneus biodegradáveis, por que não?
É de se considerar que, indo além do passadismo, a fórmula 1 não apenas nos mantêm atados a um paradigma do século passado, como nos incute a ideologia de que precisamos correr. Há um sabor de Guerra Fria na F1. Precisamos todos correr, ainda que estejamos tornando o planeta uma pocilga inabitável tendo em vista um corpo celeste que nem água tem, como fizeram russos e estadunidenses ao se lançarem rumo à Lua no século passado.
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