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Do esgotamento paradigmático: desacelerar para sobreviver

 Do esgotamento paradigmático: desacelerar para sobreviver       O jogo da velha, ao que tudo indica, por meus parcos cálculos, comporta 362.880 combinações possíveis de jogo, com muito, muito menos rendendo sucesso para qualquer lado. Numa analogia, qualquer paradigma comporta um determinado número de possibilidade-de-jogo, muito mais abundantes do que os “encontros bem-sucedidos”.      Onde quero chegar? Desde a primeira máquina a vapor, que remeteria à antiguidade, até os mais modernos veículos à combustão, alcançou-se uma espécie de “esgotamento paradigmático”. O que quero dizer é que as possibilidade de esgotamento das variantes combinatórias provavelmente já se aproxima de seu fim, exceto pelas possibilidades recombinatórias quando se associa vapor e eletricidade. Mas tratando-se de veículos terrestres a vapor, o máximo que se alcançou em inovação foi o álcool-motor. O carro elétrico já inaugura novo momento. Novo paradigma (num sentido não-...
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  O Cristo entre as nações – 32 anos da Agenda 21: Gólgota e Vida Eterna  28/11/2024 Jorge Mautner, criativo e inventivo, chamou a União Soviética de “Cristo entre as nações”. A licença poética permite tudo. Até esquecer dos judeus enviados à Sibéria por Stálin. E, de fato, dado o que fizeram as lideranças judaicas com Jesus, se ele não fosse o líder do amor, poderia mandar à Sibéria os burocratas de plantão. Fazendo um esforcinho, conseguimos entender o poeta alemão: poder ao povo, perdão das dívidas, educação para todos, fim dos privilégios, ruptura com os antigos dogmas. Faz sentido. Mas talvez tenhamos um evento mais importante para comemorar, diferente dos ripongas dos anos 70. A Agenda 21! Faz aniversário de 32 anos, agora em 2024. Sua essência é muito mais crística que a igualdade burocrática e insensível. Propõe cooperação e parceria; educação e desenvolvimento individual; equidade e fortalecimento dos grupos socialmente vulneráveis; planejamento; desenvolvimento...
  VIRTUDES PRIVADAS, VÍCIOS PÚBLICOS   É bem conhecida a fábula de Mandeville que eternizou o postulado “Vícios privados, virtudes públicas”. Mas há um dragão maior a enfrentar: “Virtudes privadas, vícios públicos”. Como pode? É um contra-senso. Acompanhe: À RESPONSABILIDADE que se aprende ao criar um cão, há IRRESPONSABILIDADE com seus dejetos Ao AFETO de criar um cão, corresponde a INDIFERENÇA com as vacas Ao AMOR de compartilhar a vida com um serzinho, há o ÓDIO de raça, que priva pessoas sequer de uma ração diária. Qual a saída? Talvez os coelhos e porquinhos-da-índia tenham a resposta.

ELEMENTOS DE UMA CRÍTICA FUNDANTE PARA AS TROCAS NO MERCADO GLOBAL

 Setembro ELEMENTOS DE UMA CRÍTICA FUNDANTE PARA AS TROCAS NO MERCADO GLOBAL   Pela primeira vez na história, vislumbramos algo como uma utopia tornada real a respeito da unidade da humanidade. O pós-guerra trouxe o descrédito com a ciência, como ilustram os frankfurtianos, o cenário do possível fim da vida humana na Terra com o apertar de um botão, mas por outro lado, é a primeira vez que se entende a necessidade da busca de soluções de forma global. A globalização outrora vivida, era assunto de um grupinho de exportadores de especiarias e de artigos de fé. Hoje há organismos internacionais dizendo “precisamos resolver a situação de todos.” Levada a efeito a declaração dos direitos do homem e do cidadão, utopia burguesa, nos vemos diante da ONU como um poder real e totalizante. O cristianismo, de suas origens revolucionárias, de uma sociedade secreta de catacumbas de pedra, tornou-se apenas mais um braço da ideologia dominante, a mendigar dízimos num terceiro mundo já suficie...

Pescaremos até quando?

 Três posturas humanas e o crepúsculo dos ídolos. Quer saber? Vou pro pesqueiro.         Apenas UMA grande empresa estadunidense ostenta o recorde de preparar 300 milhões de filés de peixe beneficiados ao ano. Um bifinho para cada cidadão americano. Sem precisar falar de tantas outras potências e empresas.         Um único desastre ambiental no Japão, em Fukushima, levou material radioativo a uma área equivalente ao território da China nas águas turbulentas do pacífico. Sem precisar falar de petróleo, gasolina e papel. Papel? Isso mesmo. Papel.       Três principais fatores podem pôr fim a um dos prazeres mais antigos da espécie humana: a alimentação à base de pescados. Poluição, sobre-exploração e crença. Aí entra o papel.   O crepúsculo dos ídolos vai se preparando há milênios. É conhecida a história da multiplicação de pães e peixes. Cristãos, judeus, islâmicos, hindus, as grandes tradições do livro, no geral, são per...

Recursos finitos

Até quando teremos calcário e ferro?           A melhor definição de paradigma quem dá é Thomas Kuhn. Um conjunto de práticas, crenças, doutrinas que se misturam à ciência e a orientam. Qualquer brasileiro que se preze quer ter uma casa de laje. As universidades, cursos técnicos em edificações, todos giram em torno do paradigma “cimentício-ferroso”. A questão é: precisa ser assim?          Até quando teremos ferro e calcário para as obras que só podem ser executadas assim, como barragens, represas, viadutos, alicerces e fundações de todo tipo? O século XXI tem duas peculiaridades: descobrimos que podemos acabar com o mundo num simples pressionar de botoeira. E nos demos conta, finalmente, que os recursos são finitos. Para glória de Lavoisier, que dizia que na natureza nada se cria, nada se perde e tudo apenas se transforma. Arquitetos renomados, como o holandês van Lengen, afirmam que, no ambiente semi-árido, por exemplo, uma casa de pau...

Por uma filosofia do futuro

  Por UMA FILOSOFIA DO FUTURO Há duzentos anos surgia a locomotiva a vapor e também o motor à combustão. Há cerca de cem anos, a energia elétrica. A engenharia de materiais é uma ciência nova. A velocidade que estes inventos imprimiram ao mundo, ao consumo de recursos fósseis, não está bem documentada. Mas é certo que, neste ritmo, não poderá se prolongar por muito tempo. A questão da filosofia do futuro, então, deve ser: até quando poderemos praticar nosso estilo de vida? Se os apóstolos de Cristo, há dois mil anos, tinham visões sobre o fim do mundo, esta realidade parece mais atual que nunca, na minha opinião, não tanto pela ameaça da hecatombe nuclear mas muito mais pela destruição do meio essencial à vida. Suponho que a hecatombe nuclear não ocorrerá pois os dirigentes do mundo têm uma tendência narcísica-dominadora, não depressivo-suicida. E todos sabem que a primeira botoeria pressionada implicará na última. Não há dúvida sobre isso. A engenharia de materiais abre ...