Deus é o nosso refúgio e a nossa força; é a nossa ajuda nos momentos de angústia. Por isso, não temos medo, mesmo que a terra se ponha a tremer, mesmo que as montanhas se afundem no mar; mesmo que as águas rujam furiosas e os montes tremam com o seu embate. (Salmo 45)

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Fórmula 1: entre o passadismo e a Guerra Fria

 

Fórmula 1: entre o passadismo e a Guerra Fria

              Competir parece um fazer humano contra o qual não há chance de superação. Mesmo na União Soviética, a maior e mais potente defensora da igualdade, havia premiações técnico-cietntíficas e sua participação nas Olimpíadas sempre foi motivo de orgulho.

   Desde a Eneida há o registro da palavra “biga”, igualzinha no latim e no português. Daí para as competições, é um salto pequeno diante de um ser humano que sempre se empenhou em competir.

 Das bigas romanas e das corridas nos muitos espetáculos, foi-nos legada a corrida de automóveis, que nos últimos cem anos, devido ao otimismo com as máquinas, mudou de uma banheira com rodas para uma verdadeira nave que ultrapassa os 300 quilômetros por hora, ainda que sem mudanças substanciais no mecanismo - acerca de seu funcionamento: combustão, quatro rodas, volante.

              No entanto, o mundo vivenciou uma mudança de perspectiva importante, nos anos 90, sem que isso surtisse o menor efeito no mundo competitivo ou televisivo. Talvez não precisemos gastar tanto combustível, talvez não precisemos ter tanta pressa de chegar, e certamente outros meios de transporte suprem bem o mundo da rapidez necessária na urgência.

            O fato é que, ainda como crianças, buscamos velocidade. É preciso competição que estimule outros combustíveis, outras fonte energéticas, materiais mais leves e menos poluentes para as carrocerias, pneus biodegradáveis, por que não?

              É de se considerar que, indo além do passadismo, a fórmula 1 não apenas nos mantêm atados a um paradigma do século passado, como nos incute a ideologia de que precisamos correr. Há um sabor de Guerra Fria na F1. Precisamos todos correr, ainda que estejamos tornando o planeta uma pocilga inabitável tendo em vista um corpo celeste que nem água tem, como fizeram russos e estadunidenses ao se lançarem rumo à Lua no século passado.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Do esgotamento paradigmático: desacelerar para sobreviver

 Do esgotamento paradigmático: desacelerar para sobreviver 

    O jogo da velha, ao que tudo indica, por meus parcos cálculos, comporta 362.880 combinações possíveis de jogo, com muito, muito menos rendendo sucesso para qualquer lado. Numa analogia, qualquer paradigma comporta um determinado número de possibilidade-de-jogo, muito mais abundantes do que os “encontros bem-sucedidos”.

    Onde quero chegar? Desde a primeira máquina a vapor, que remeteria à antiguidade, até os mais modernos veículos à combustão, alcançou-se uma espécie de “esgotamento paradigmático”. O que quero dizer é que as possibilidade de esgotamento das variantes combinatórias provavelmente já se aproxima de seu fim, exceto pelas possibilidades recombinatórias quando se associa combustão e eletricidade. Mas tratando-se de veículos terrestres a queima, o máximo que se alcançou em inovação foi o álcool-motor. O carro elétrico já inaugura novo momento. Novo paradigma (num sentido não-kuhniano). Há muitas possibilidades de avanço no tocante a novos combustíveis, novos materiais e muito mais escassas oportunidades no que diz respeito a sistemas de transmissão de movimento, por exemplo. Não conheço muito mecânica mas é fácil supor que um novo reagente químico possa tomar o lugar da gasolina, embora pareça impraticável por razões ecológicas e financeiras. Já a roda, pouco provavelmente será substituída por uma esfera ou por uma esfera armilar. É um jogo de soma 3, 4 no máximo considerando a lagarta dos tanques. Ponto, linha, plano e sólido (que só pode ser circular ou esférico – retornando à forma-ponto). A outra opção seria voar. Mas falamos aqui de transporte terrestre. Os eixos, pouco provavelmente seriam substituídos por elastômeros ou algo assim.

    O modelo de queima talvez jamais encontre novo ciclo igualmente significativo na história humana. Sendo pessimista. Dentro do modelo “vapor” ou "combustão", ambos "modelo-queima”, o carro pouco mudou, desde o primeiro Ford bigode até a mais moderna Maseratti. São ajustes, variações, adaptações. Mas ainda estamos queimando óleo como se não houvesse amanhã. Os elétricos surgem como grande promessa mas todos sabem que seus sistemas de bateria não prometem vida longa ao planeta.

A conclusão é que a salvação da humanidade não virá das tecnologias duras. E sim da administração. 

    Pessoas morando perto de seus empregos. Viagens concedidas somente a comissários do povo. Vôos apenas a dirigentes, CEOs e despedidas terminais (ou uma cota de viagens por pessoa-década, já que uma visita com saúde pode ser mais proveitosa que no leito de morte). Total substituição das termelétricas por outras fontes. Campo agrícola mais próximo dos grandes centros. Emprego de cavalos para trajetos intra-metrópoles. Metrô. Veleiros. Extinção dos cruzeiros. Racionalização do comércio internacional.  Valorização dos recursos nacionais. Reestruturação de redes de comércio. Talvez essas medidas todas combinadas quebrem a cotação do petróleo. Se tudo continuar igual. Mais uma vez entraria a administração impondo uma precificação que levasse em conta, no valor atual do barril, o futuro da humanidade, em sua carência por recursos de queima e em sua necessidade de água limpa. 

    É um papo ufanista, eu sei bem. Garças e cormorões ensopados em óleo não convencem os magnatas da urgência das medidas. Boa parte dos CEOS não acampou na infância, portanto não tiveram que lidar com a falta de lenha. Falar em falta de petróleo é o mesmo que tentar convencer a modelo quarentona a doar R$30 mil para a caridade em vez de recauchutar as rugas e banhas. Papo de louco, sempre. 

   Admito que há uma vocação stalinista nesse argumento. Mas quando Deus encarnado (kantianamente, a ONU) parece imóvel diante da dilapidação da única Terra que temos, por que não recorrer aos expedientes do Diabo? A melhor receita para o planeta é a estagnação, pelo menos enquanto não houver um ecomercado robusto para nos satisfazer enquanto seres humanos.

Lucas Furió percebe que, desde que o homem fixa território, evacuar tornou-se um óbice à ociosidade. Ecologia é trabalhoso, incômodo e desafiador. São usados 320.000.000 litros petróleo por DIA no mundo.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

O Cristo entre as nações – 32 anos da Agenda 21: Gólgota e Vida Eterna

 

O Cristo entre as nações – 32 anos da Agenda 21: Gólgota e Vida Eterna

 28/11/2024

Jorge Mautner, criativo e inventivo, chamou a União Soviética de “Cristo entre as nações”. A licença poética permite tudo. Até esquecer dos judeus enviados à Sibéria por Stálin. E, de fato, dado o que fizeram as lideranças judaicas com Jesus, se ele não fosse o líder do amor, poderia mandar à Sibéria os burocratas de plantão. Fazendo um esforcinho, conseguimos entender o poeta alemão: poder ao povo, perdão das dívidas, educação para todos, fim dos privilégios, ruptura com os antigos dogmas. Faz sentido.

Mas talvez tenhamos um evento mais importante para comemorar, diferente dos ripongas dos anos 70. A Agenda 21! Faz aniversário de 32 anos, agora em 2024. Sua essência é muito mais crística que a igualdade burocrática e insensível. Propõe cooperação e parceria; educação e desenvolvimento individual; equidade e fortalecimento dos grupos socialmente vulneráveis; planejamento; desenvolvimento da capacidade institucional; informação.

A dúvida que fica é: este novo CRISTO, promulgado pela ONU, morrerá ano que vem, com 33 anos, ou será eternizado por trazer uma ruptura total com a antiga ordem, marcada por preconceito, pobreza, morte, assassinato do meio ambiente, infelicidade e verticalização?

O Gólgota da Agenda 21 é continuarmos todos fazendo o que nos ensinaram a fazer, antes de 92. Um cumpridor da moral e dos bons costumes, padre, médico ou policial, seja o que for, fazendo o que nossos destreinados avós faziam, numa transição para a era da eletricidade, ou nossos pais, adentrando à era eletrônica, e tudo tende a continuar sendo como sempre foi.

A Agenda 21 exige a tomada de consciência que estamos imprimindo ao planeta uma velocidade jamais vista. Velocidade que só os deuses tinham outrora. E que o homem recebe como dádiva da modernidade totalmente despreparado no plano ético-moral.

Incorporar a Agenda 21 em nosso dia-a-dia implica repensar o consumo, o padrão habitacional, o que se põe na mesa, o que se enterra, o que se planta, como se faz tudo isso, com a participação de que atores, em que contexto e para quê.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Virtudes privadas, vícios públicos

 

VIRTUDES PRIVADAS, VÍCIOS PÚBLICOS

 

É bem conhecida a fábula de Mandeville que eternizou o postulado “Vícios privados, virtudes públicas”. Mas há um dragão maior a enfrentar: “Virtudes privadas, vícios públicos”. Como pode? É um contra-senso.

Acompanhe:

À RESPONSABILIDADE que se aprende ao criar um cão, há IRRESPONSABILIDADE com seus dejetos

Ao AFETO de criar um cão, corresponde a INDIFERENÇA com as vacas

Ao AMOR de compartilhar a vida com um serzinho, há o ÓDIO de raça, que priva pessoas sequer de uma ração diária.


Qual a saída? Talvez os coelhos e porquinhos-da-índia tenham a resposta.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

ELEMENTOS DE UMA CRÍTICA FUNDANTE PARA AS TROCAS NO MERCADO GLOBAL

 Setembro


ELEMENTOS DE UMA CRÍTICA FUNDANTE PARA AS TROCAS NO MERCADO GLOBAL

 

Pela primeira vez na história, vislumbramos algo como uma utopia tornada real a respeito da unidade da humanidade. O pós-guerra trouxe o descrédito com a ciência, como ilustram os frankfurtianos, o cenário do possível fim da vida humana na Terra com o apertar de um botão, mas por outro lado, é a primeira vez que se entende a necessidade da busca de soluções de forma global.

A globalização outrora vivida, era assunto de um grupinho de exportadores de especiarias e de artigos de fé. Hoje há organismos internacionais dizendo “precisamos resolver a situação de todos.” Levada a efeito a declaração dos direitos do homem e do cidadão, utopia burguesa, nos vemos diante da ONU como um poder real e totalizante.

O cristianismo, de suas origens revolucionárias, de uma sociedade secreta de catacumbas de pedra, tornou-se apenas mais um braço da ideologia dominante, a mendigar dízimos num terceiro mundo já suficientemente expropriado. O que mantêm de potência enquanto corpus doutrinal é afirmar a empatia e o direito à vida em meio à maquinaria social que prega individualismo e a intolerância acima de tudo. Além, é claro, de sua vocação anti-stablihsment ter concretizado privilégios atuariais só vistos no setor religioso.

As soluções apresentadas para o fim da fome costumam girar em torno da “capacitação” e da “distribuição”. Não se pode negar a ambas sem faltar com a verdade. No entanto, assim como o cristianismo perde sua potência original, seu teor de grupamento de fracos paulino, essas palavras de ordem, “capacitação” e “distribuição” parecem passar ao largo do fator mais importante para que seja encontrada a solução do problema da fome de forma objetiva, prática e sem escusas: a redução do consumo de carne e cerveja. A ONU se assemelha, em seus esforços, ao patrão que levanta as pernas para a faxineira limpar a sala, isto é, não fazendo o esforço ativo mais fundamental, qual seja, reorganizar as práticas comerciais mundiais sob a ótica do fim da fome, mantendo seus privilégios e acepipes. E o cristianismo, outra força-vetor que poderia reorganizar as trocas comerciais mundiais com algumas centenas de assinaturas, tornou-se o cassino do além-mundo. Nas cadeiras de plásticos do galpões aposta-se um dízimo para garantir a vida extraterrena. Não há outro radicalismo que não seja se sentir mais certo que os outros.

Não é o caso de cairmos numa má consciência burguesa. O ativismo individualista não promete nada além de quilos a menos e mais saúde ao praticante. Faltam iniciativas globais a incidirem sobre as trocas das nações. Do contrário, nos veremos ilhados nos privando dos maiores prazeres que alguém pode experimentar. Não entraremos no aspecto metafísico, ascético e da ética kantiana. A idéia é trazer à luz o fato de que hoje, tendo comido 150gramas de carne moída com 400 gramas de arroz no almoço, essa mesma refeição poderia representar três pratos de vegetais. Estima-se em um sexto da população mundial a perecer com a fome. Bastaria ingerir vegetais no jantar e, de modo cabal em escala experimental, o problema da fome estaria resolvido. Enquanto crianças esquálidas não acionam a mudança, os distantes rebanhos, longe de nossos olhos, sofrendo em agonia nos abatedouros não nos mobilizam, vamos marcar um churrasco para nos embebedar. Afinal, é como se não houvesse ninguém precisando de milho em nenhum lugar do mundo, não é mesmo?

                É preciso tornar a produção de alimentos vantajosa. Uma política global de isenções a incidirem sobre os gêneros básicos alimentícios. Por outro lado, a transformação de arroz e milho em álcool deve ser constrangida. Os organismos internacionais só farão sentido pleno do termo se entendermos que a humanidade precisa urgentemente partilhar a sorte. Isso mesmo, a sorte. Aqui chove e tem terra boa. Do outro lado do atlântico, além dos conflitos, não há tanta sorte natural.


quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Pescaremos até quando?

 Três posturas humanas e o crepúsculo dos ídolos. Quer saber? Vou pro pesqueiro.


        Apenas UMA grande empresa estadunidense ostenta o recorde de preparar 300 milhões de filés de peixe beneficiados ao ano. Um bifinho para cada cidadão americano. Sem precisar falar de tantas outras potências e empresas.

        Um único desastre ambiental no Japão, em Fukushima, levou material radioativo a uma área equivalente ao território da China nas águas turbulentas do pacífico. Sem precisar falar de petróleo, gasolina e papel. Papel? Isso mesmo. Papel.

      Três principais fatores podem pôr fim a um dos prazeres mais antigos da espécie humana: a alimentação à base de pescados. Poluição, sobre-exploração e crença. Aí entra o papel.

  O crepúsculo dos ídolos vai se preparando há milênios. É conhecida a história da multiplicação de pães e peixes. Cristãos, judeus, islâmicos, hindus, as grandes tradições do livro, no geral, são permissivas com o comer peixe.  Jesus do futuro talvez reparta um salgadinho de milho. O deus-tubarão dos hindus corre o risco de acabar passando fome. E os muçulmanos e judeus, bom, esses só vão passar aperto quando a pecuária bovina se mostrar cabalmente insustentável, como insistem os ecologistas há pelo menos cinquenta anos. E profeticamente há uns três mil anos.

  Uma das atividades mais harmônicas com a natureza, a pesca, praticada em absolutamente todos os cantos do planeta desde tempos em que não havia escrita, encontra-se num ponto de ruptura importante. Ou nos convertemos cada vez mais à piscicultura sustentável ou talvez nossos bisnetos não saibam absolutamente a delícia de saborear uma manjubinha na praia de Santos. 

É curioso. O ser humano passa a ser dotado de uma desvantagem adaptativa com o incremento da moeda: implementar escassez. Veja: falta água numa enchente. Isso é emblemático. A ganância e o imediatismo nos fazem desperdiçar e ignorar coisas elementares. O aquecimento global e suas origens até hoje são contestados – e com razão, já que deve existir o contraditório até na ciência, com certos limites. Mas não se pode negar que o aumento populacional e as novas tecnologias põem em risco a água em todo mundo moderno.        Se a humanidade, esta entidade de razão, criada, artificial, tem o poder de degelar os andes e o himalaia, não se pode ter certeza, bem como sobre o real papel da camada de Ozônio. Isso num horizonte cético em relação às conquistas científicas. Mas é lição de terceira série que água e óleo não se misturam. É empírico que um copo de gasolina pode inutilizar todo um lago de peixes. Uma coisa é a postura cética, outra é o tão em voga “negacionismo”, antigamente chamado apenas de obtusidade.

    A saída para a escassez de pescados é a piscicultura, de quebra, no pacote, o ser humano leva o represamento de água potável. Menos fluxo para os baixios e pântanos, evitando transtornos como o que vimos no sul. Menos gente passando sede. Menos gado morrendo de sede. Menos planta secando no inverno. Agora é encontrar tecnologias sustentáveis para a piscicultura, como rações orgânicas, motores de oxigenação econômicos, tratamentos sem química pesada, fármacos biodegradáveis, mão-de-obra tratada que nem gente, pois como sabemos, ecologia é ambiental mas também social e mental. Esse papo já tá me estressando. Quer saber? Vou pro pesqueiro.


Lucas Furió é técnico em segurança do trabalho, professor de filosofia e artes e sobrevivente urbano. Tenta entender a eletricidade e faz uns rabiscos.

Recursos finitos

Até quando teremos calcário e ferro?


          A melhor definição de paradigma quem dá é Thomas Kuhn. Um conjunto de práticas, crenças, doutrinas que se misturam à ciência e a orientam. Qualquer brasileiro que se preze quer ter uma casa de laje. As universidades, cursos técnicos em edificações, todos giram em torno do paradigma “cimentício-ferroso”. A questão é: precisa ser assim?

         Até quando teremos ferro e calcário para as obras que só podem ser executadas assim, como barragens, represas, viadutos, alicerces e fundações de todo tipo? O século XXI tem duas peculiaridades: descobrimos que podemos acabar com o mundo num simples pressionar de botoeira. E nos demos conta, finalmente, que os recursos são finitos. Para glória de Lavoisier, que dizia que na natureza nada se cria, nada se perde e tudo apenas se transforma.

Arquitetos renomados, como o holandês van Lengen, afirmam que, no ambiente semi-árido, por exemplo, uma casa de pau-a-pique pode ser a melhor solução habitacional. É fresquinha, pode ser feita por uma família em menos de um mês, e o melhor: os recursos são locais e renováveis. Mas uma campanha presidencial não se financia com catadores de toco. É preciso montanhas de cimento e ferro. Estaria tudo bem se esses recursos não fossem finitos.

As colônias alemãs e italianas do sul do país, bem como os ribeirinhos amazônicos, têm sua solução habitacional na madeira há séculos. Vivem bem e confortavelmente. Esses serão a última fronteira de defesa diante do paradigma cimentício-ferroso, que, pelo menos no Brasil, é dominante em todas as grandes cidades e avança a passos largos rumo ao nordeste, fazendo questão de ver como miséria uma das maiores habilidades do ser humanos: adaptar-se.

Economistas, geólogos, arquitetos e engenheiros de todo mundo estão a par da cotação dos estoques de ferro e calcário. Todo mundo sabe o preço de um saco de cimento. Bolsas de valores do mundo todo põem na ordem do dia o valor do ferro-gusa. Novamente temos que falar de paradigma e propor uma mudança. No preço destes materiais não se leva em conta o futuro da humanidade. E sim, apenas, a rentabilidade, a oferta e procura. O paradigma econômico vigente nos põe na cegueira do imediatismo. E todo mundo acha absurdo que seja diferente, mesmo sem ser dono de jazida nenhuma. Enquanto casinhas simples continuarem demandando toneladas de ferro, granito e cimento, o futuro infra-estrutural da humanidade estará em risco.

É a semana do meio-ambiente. Mas a mídia está mais empenhada em nos ensinar a plantar dedo-de-moça na janela da cozinha. Ou reutilizar o potinho do danone. E o debate sério e rigoroso?

Fórmula 1: entre o passadismo e a Guerra Fria

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